Ao contrário do que muitos pensam, o nome "República Juliana" não tem haver com uma tal mulher chamada Juliana. A palavra Juliana, vem de "julho", foi uma revolta que aconteceu após a Guerra dos Farrapos ocorrida em Porto Alegre e responsável pela proclamação da República Rio-Grandense. O movimento de proclamação da República Juliana teve principal participação de líderes como Davi Canabarro e Giuseppe Garibaldi e a revolução foi feita tanto por mar, quanto por terra.
A revolução farroupilha tinha a intenção de lutar contra o governo imperial que estava no controle do país. Durante essa revolução, a Marinha brasileira controlava os mais importantes meios de comunicação existentes entre os revoltosos, dessa forma, ela não permitia o acesso por mar à província no porto do Rio Grande.
Os farrapos, como eram chamados os revoltosos, sentiam necessidade de um porto, pois não poderiam avançar outras províncias, desse modo, pensaram imediatamente em uma solução. Os farrapos então conceberam a possibilidade de ocupar em Santa Catarina a chamada vila de Laguna, pois esta tinha grande importância no litoral.
Assim, comandados pelos líderes Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro, fizeram uma afoita travessia por terra, transportando dois barcos levados por carretas que eram puxadas por bois até o Rio Tramandaí. Tal audácia partiu da ideia apresentada por Garibaldi, o líder da tropa marítima e comandante dos navios, como uma alternativa mediante a impossibilidade de se locomoverem pela Lagoa dos Patos que estava sendo vigiada pela marinha.
Em 1839, durante o mês de julho, os farrapos conquistaram a vila de Laguna sem enfrentar muita resistência e fizeram a proclamação da República Juliana. A partir daí iniciaram a composição dessa nova República com uso de eleições, nas quais o cargo de presidente foi tomado pelo Tenente-Coronel Joaquim Xavier Neves.
Algum tempo após, o padre Vicente Ferreira dos Santos Cordeiro ocupou o cargo de presidente, nomeado a partir dos gaúchos agitadores até então insatisfeitos. A Laguna foi escolhida como Capital interina da República Juliana e foram determinadas as cores amarela, branca e verde como oficiais. Além disso, foi estabelecida a extinção dos impostos cobrados no comércio de gado e na indústria do campo.
Neste episódio a esquadra farroupilha foi aniquilada e somente os líderes Garibaldi e Canabarro conseguiram fugir.Anita Garibaldi (1821-1849) foi a "Heroína dos Dois Mundos". Recebeu esse título por ter participado no Brasil e na Itália, ao lado de seu marido Giuseppe Garibaldi, de diversas batalhas. Lutou na Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), na Batalha dos Curitibanos e na Batalha de Gianicolo, na Itália. Corajosa e dedicada, Anita foi homenageada em Santa Catarina com o nome de dois municípios: Anita Garibaldi e Anitápolis. Em Salvador foi homenageada com o nome de uma avenida; em Curitiba com o nome de uma praça e em diversas cidades com nome de ruas.
Anita Garibaldi nasceu em Laguna, Santa Catarina, no dia 30 de agosto de 1821. De família portuguesa, veio dos Açores para Santa Catarina. Filha de Maria Antônia de Jesus e Bento da Silva, modesto comerciante da cidade de Lages.
Anita Garibaldi, com a morte de seu pai, foi obrigada a casar com o sapateiro Manuel Duarte de Aguiar. No dia 30 de agosto de 1835, com apenas 14 anos, casa-se na Igreja Matriz de Santo Antônio dos Anjos. O casamento durou apenas três anos, o marido se alistou no exército imperial e Anita voltou para casa de sua mãe.
Em 1835, desembarca no Rio de Janeiro, o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi. Nesse mesmo ano participa da Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), onde conheceu Anita Ribeiro da Silva, que também lutava na revolução.
Durante a Batalha de Curitibanos, Anita foi capturada pelas tropas do Império. Grávida de seu primeiro filho, foi informada que seu marido havia morrido. Inconformada, conseguiu fugir a cavalo e saiu a sua procura, localizando o marido na cidade de Vacaria. No dia 16 de setembro de 1840 nasce seu filho Domênico Menotti. O casal teve mais dois filhos, Teresita e Ricciott. Em 1842 casam-se na paróquia de San Bernardino. No mesmo ano eclodiu a guerra contra a Argentina, onde Garibaldi comandou a frota uruguaia.
Em 1847, Anita acompanha o marido, que volta para Itália, levando seus três filhos. Giuseppe permanece em Roma onde realizavam-se as primeiras manifestações públicas que resultariam nas lutas pela unidade e independência da Itália. Anita e seus filhos seguem para Nice, na França. Depois de vários combates, Garibaldi viaja para Nice, onde encontra-se com Anita, seus filhos e sua mãe.
Em 1849, Garibaldi e Anita seguem para os combates em Roma, mas são perseguidos e durante a fuga, próximo a província de Ravenna, Anita é acometida por febre tifoide e não resiste.
Anita Maria de Jesus Ribeiro morre no dia 04 de agosto de 1849. Em Roma, na colina de Gianicolo, foi erguido um monumento equestre, onde está enterrado seu corpo.